sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sagaz cidade

Serpenteando em passos lentos
Ébrio escalpo de quase corpo
Reflexos dispersos aos descompassos certos
Duplicidade desperta pele quase sóbria

Subindo as ruas que se desfiguram
Segura certeza dos trilhos da rua
Cabeça de selva que a noite cura
Insensível matéria etílica
No olhar
Coagulo

Vendo o barulho cair de uma árvore
Silencioso rangido tortura o ouvido
E segue com coragem típica humanidade
Erguendo moinhos de castelo
Encerrando em toca toscas lascas
Que aderem virgens matas e muros de lata
Tetos de vidro

Mas a sagaz cidade desperta
Pra que nunca se esqueça seu tato
Frio e bom
Tão claro e cegos
Fios frios em postes

Enxerta o sedentário germe
Raiz de seus rastros vermes
Reptiliando as pálpebras inquietas
Gestando olho epiderme arde
Gêmeos formam par
Enquanto a carne adere
E dorme enquanto há cama
Quando a calma fere

Riscos que arriscam olhar no cisco
O asco
Cismo em fitar um rastro
E ao arriscar em riscos
Sanguinários traços
Reconheço o latente astro
Estrela cadente
Isso
Imitando seu sorriso falso
Serpenteando passo descalços
Tomando coragem bebendo ar de vício

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