domingo, 31 de maio de 2009

na Lua

Vai acender a luz do lado de fora
A minha casa não existem portas...
E pode ser frequentada por quem quiser
E vai estar comigo aonde eu estiver...

Por mais que o tempo e a distância possam conspirar
O fogo que aquece os corpos me atrai
Calor que enche o meu corpo e há tensão
E a feição que faço da face é facho de luz
Que é mais forte que os raios da babilônia

por mais que o tempo e a distância possam conspirar
o fogo que aquece os corpos me atrai

sábado, 30 de maio de 2009

Lixo Pouco

Alimento de lixo pouco
Alimento de lixo
Pouco espaço aberto
O tolo traz com o passo
Pra perto
Bem perto vem...
Pega uma dessa ou daquela
Sacola ou sarcasmo de asno
Do fruto tão doce velho jogado
Disperdiçado mel...
Caminhões de armas se armam
Progressos sem nexo
Semi-homens caem
Por toda parte
Sem xeque mate
Caminham em classes
Nem todos são reis...

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sagaz cidade

Serpenteando em passos lentos
Ébrio escalpo de quase corpo
Reflexos dispersos aos descompassos certos
Duplicidade desperta pele quase sóbria

Subindo as ruas que se desfiguram
Segura certeza dos trilhos da rua
Cabeça de selva que a noite cura
Insensível matéria etílica
No olhar
Coagulo

Vendo o barulho cair de uma árvore
Silencioso rangido tortura o ouvido
E segue com coragem típica humanidade
Erguendo moinhos de castelo
Encerrando em toca toscas lascas
Que aderem virgens matas e muros de lata
Tetos de vidro

Mas a sagaz cidade desperta
Pra que nunca se esqueça seu tato
Frio e bom
Tão claro e cegos
Fios frios em postes

Enxerta o sedentário germe
Raiz de seus rastros vermes
Reptiliando as pálpebras inquietas
Gestando olho epiderme arde
Gêmeos formam par
Enquanto a carne adere
E dorme enquanto há cama
Quando a calma fere

Riscos que arriscam olhar no cisco
O asco
Cismo em fitar um rastro
E ao arriscar em riscos
Sanguinários traços
Reconheço o latente astro
Estrela cadente
Isso
Imitando seu sorriso falso
Serpenteando passo descalços
Tomando coragem bebendo ar de vício

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Espelho

Quando te olho quase reflexo
Sinto um rosto amargo e sutil espasmo
Sagacidade e desgosto em cismo que não vejo
Segredo sem pejo nem culpa... doces memórias

Quando te olho e logo me perco...
Desfaço-me da trilha em mim quem some
No plano volátil incidem livros e lápis de Narciso
Imagem sem fim nem começo destroço em chama

Fecho o olho não sinto a pálpebra...
Arrocho o cinto da calçada apertando o traço
Nas pedras que induzem o caminho da calma
Lidar com a realidade lida nos passos

E quando te olho e quase me perco
Escapo da rotina em tropeços e caio
Atraso horas vermes fazendo fábula de cera
Reflito escultura dormente... cansaço!

E saio

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Olho do mundo

Olho do mundo

Todo vicio é uma arte solitária
Solidário a ti mesmo e mais nada.
Que ti traga, fuma queima e depois guarda
Na memória, (ou na falta dela), só memória

De um culto curto a um deus antepassado
Que conforta e se acalma em manto branco
Faz dos olhos em sangue, seco e franco
Com vontade de gritar fica calado

No silencio chora só em pensamento
Em momento que a gota rota (roto) falta
E se esvai pela cabeça ignota
De fumaça que flui pelas veias de fato

domingo, 17 de maio de 2009

Ao câncer



Ao lívido enlace entre o sonho
que o céu alcance
dedico contudo
com todo escárnio
ao cancêr dos baralhos
na relidade melancólica
raíz de facas arrancadas
da visão que causa vertigem
olfato que passa e depois tinge
a afiada uva colhida nesse instante

Expiação I



**The Scapegoat
William Holman Hunt

Expiando os pecados
Pobre animal e nobre
Se reveste de malgrado
Enquanto o céu se cobre
Chorando nuvens de Naus
No deserto de grades imolado
Movediço descompasso e compromisso
Se descobre

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Amanhece



Amanhece o dia
Tenho um monte
Mas estou morte
Corto as distâncias
Não creio em destino
Aqueço as máguas frias
Derramo luz que há na tina
Reflexo do azul sorvendo o sal
Sou quem gira sem os porquês...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Um


Aços do ofício
Entram colunas ao vento
Vícios vazios do concreto
Tanta força de lajes expostas
A pele perecendo em postas
Parecendo costas sem carne
Que o patrão escarnece
Movimento que nunca pare
É difícil e não abrigará um...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quando


Eu não sei o que dizer
Eu não sei o que diz ser
E não quero ter que ter
Pra poder vir a ser
E não quero ser
Um são que tem
Sem poder parar
De virar no reflexo
Do ir e vir sem nexo...
O rosto de uma nova visão
Não enxerga o que não tem
Mas leva aquilo que é...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

correntes diárias


Acato de bom grado
grades que prendem
instante de sopro
silencioso assalto
pensamento escapa a mente
morro de morte que é passo
espaços de gentes diferentes
transsito de trilhos que é mente
libado em fim das correntes diárias
semente de ócio cio e sons...

domingo, 10 de maio de 2009

...

Grades


Túnica que cobre o rosto
Ocre de malgrado
Arte que é fadada
Tomada de graça...
Grades de sagrado
Segrega e desfarça
Guardado no bolso...

sábado, 9 de maio de 2009

Como um cancer


Que cresça sempre
E torne mais leve
Força que traga
Alva e franca
Que acalma a fúria
Queimando em breve...
Contorne toda loucura...
Cure as estacas crescentes
Desfaça em fogo e febre
Como um Câncer...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Contra tempos


Que seja breve
que chegue logo
que traga pra perto
os rios antes secos...
após sede seca de outrora
melhor agora e mais vivente
entre cobertas de fogo e folga...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Palma



Olhos de mar
mas aqui só tem chão
passos de marcar o pó
poeira no rosto e na palma
como espinhos só...
que fere a calma

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Muros II


Do escuro ouço esse som
Vociferante susurro seco
Pregos pelas paredes do geco
Punhos desferindo murros seguros
Muros cada vez mais cautelosos na mandíbula
Moradia de segredos cada vez mais altos
Desapego sempre pelos fios no escarro
Na mesma hora de caçar ligeiro
toda noite de tetos
sempre cerrado...
Pios de marcar horário da rua
Tocam pelas noites pisadas
Todo os dias se repetem
Dilacerante cansaço
Expurgo cego sente
Plenas correntes
Pulsos ágeis
Mordendo dentes
Arrancando penas caladas
Gentilmente cruza as asas
Cortando com unhas de facas
Riscos vãos de rasgar alimento
E a boca atrofiada que não sorri
Orações tardias frente ao espelho
Olhares desconfiados pelas calçadas
Cores de pintar o escalpo de lixo pouco
Escapa dentro e pesa fora os restos
Passos amortecidos pela dureza...
As pessoas jamais serão sóbrias
Tanta correntes contrárias
Correndo no tato da face
Escuras amarras amargas
e indistitas se abrem
Prendendo menos cores e elevando ares
Moinhos se desfiguram ao vento seguro...
Tombando redoma do corpo pequeno
Casatelo quebrado num toque ágil
não ouvido mas sempre anunciado
Pior é o sopro que não vem
Ralo grito de pouca idade
Onda não pronuncidada
Jovens que eram erram
Filhos da sagacidade
Não sãos seres...

terça-feira, 5 de maio de 2009

Tres



Eram tres homens
Cada um com uma vida
Cada um tinha uma bebida
Cada um consumia a mesma comida
Todos juntos dividiam o que somavam...

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Estalagmites




Inflante estrada de pregos
Ácido mordente
Escorrendo em gotas
Picados em partes por passar em vãos
Despedaçados restos insólitos caem rindo...
Marcam na estrada o caminho torto dos ventos

Nota


Cultivo a paciencia no jardim da ignorancia
sem me proucupar com a distância
diferentes estilos de vida
ou com o tempo...

Planto a consciêcia...
no interior de algum eu lírico
sem me preoucupar se ficarei rico
Quando buscar a felicidade não é preciso
em um mundo impreciso não importa a nota...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Como (se)




Transplante os cegos
Em videntes
Furando os olhos
Como um meteoro...
Ore a deus bebendo vinho
Como (se)a vida fosse um refeitório

Hesitar


Uma tola como outra qualquer
vi aquela mulher que se passasse
Ah se...
Se ela pensasse menos e sentisse mais
mas seus descompassos sempre são tropeços
Peços e não Dados as cegas seguem desmanzelos
por caminhos errados caindo por pedras de não-vejo
Destruindo o calcanhar furado de acanhamento e medo
Medida que não precisa causar fora dos fatos que medem
Tratamento da pele excessiva do tecido tato-ventre
Moleza que chove quente entre pernas perdidas
de uma tola como outra qualquer mas...
só Ela me faz hesitar no desejo
E ecxitar seus fios mordentes
como taças num traço...

Todo tolo...




Amor vale a pena (?)
Há amores que valem pluma
Amarras cingem a pele áspera
E deforma alguma paina que encerra
Unhas de cerra que não se conservam
Ruir de lascas que não existem soltas
Tolices... solitudes que ceguem os "pares"
Soltura faz com que fendas se quebrem
Ao passo que os pés se unem...
E toda fé se torne tortura
Leveza que entorta raizes
Empena o corpo e para
Pedaços de qualquer cor
Madeira que rasga na rua
Que quando chuva de mágua suave
Depositado em qualquer ribeira...
Se acumula entre teias ruínas e naves
E quando passa drena a linha tenue em túnica