quarta-feira, 6 de maio de 2009

Muros II


Do escuro ouço esse som
Vociferante susurro seco
Pregos pelas paredes do geco
Punhos desferindo murros seguros
Muros cada vez mais cautelosos na mandíbula
Moradia de segredos cada vez mais altos
Desapego sempre pelos fios no escarro
Na mesma hora de caçar ligeiro
toda noite de tetos
sempre cerrado...
Pios de marcar horário da rua
Tocam pelas noites pisadas
Todo os dias se repetem
Dilacerante cansaço
Expurgo cego sente
Plenas correntes
Pulsos ágeis
Mordendo dentes
Arrancando penas caladas
Gentilmente cruza as asas
Cortando com unhas de facas
Riscos vãos de rasgar alimento
E a boca atrofiada que não sorri
Orações tardias frente ao espelho
Olhares desconfiados pelas calçadas
Cores de pintar o escalpo de lixo pouco
Escapa dentro e pesa fora os restos
Passos amortecidos pela dureza...
As pessoas jamais serão sóbrias
Tanta correntes contrárias
Correndo no tato da face
Escuras amarras amargas
e indistitas se abrem
Prendendo menos cores e elevando ares
Moinhos se desfiguram ao vento seguro...
Tombando redoma do corpo pequeno
Casatelo quebrado num toque ágil
não ouvido mas sempre anunciado
Pior é o sopro que não vem
Ralo grito de pouca idade
Onda não pronuncidada
Jovens que eram erram
Filhos da sagacidade
Não sãos seres...

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